Dia de Plantão: Entre Gritos e Orações
Confesso que finalmente nem cheguei a me preocupar se haveria ou não cirurgias no meu Dia de Plantão. Depois de tanto tempo pedindo a Deus para ficar longe da sala cirúrgica, hoje eu simplesmente relaxei — mal sabia eu que logo me depararia com algo ainda mais assustador: a comparação entre a brutalidade da cesárea e a intensidade do parto normal. Será que existe um método ‘menos aterrorizante’? Preparem-se para ouvir sobre o que passei neste Dia de Plantão!
Sumário
A Grande Expectativa do Meu Dia de Plantão

Quando eu estava no começo do meu estágio, confesso que fazia umas orações bem específicas a Deus: “Senhor, por favor, não deixe que tenham muitas pacientes internadas hoje… E, se não for pedir demais, que eu não precise entrar em cesárea!”. Ficar muito tempo em pé, sentir o cheiro de cautério, ver sangue… não é exatamente o tipo de coisa que eu quero para minha vida.
No entanto, a vida (e Deus) tem um senso de humor bem peculiar. Como Relatado algumas vezes em artigos anteriores, quando você menos espera, lá vem a chamada: “Vamos à sala, Carlos Gabriel!”. E eu ia, né? Meio contrariado, meio tremendo nas bases, mas ia. Hoje percebi que o medo de encarar a cirurgia está dando lugar a uma estranha sensação de costume. Quando cheguei para o meu Dia de Plantão diurno, estava até tranquilo – quase zen, eu diria.
Deus me “Converteu” à Sala Cirúrgica?

Se eu parar para pensar, chego a conclusão que realmente Deus decidiu que era hora de me dar um tratamento intensivo de coragem. Nos últimos dias, tive de encarar várias cirurgias, mesmo que meu coração gritasse internamente: “Misericórdia, Senhor, poupe-me!” E adivinhem? Sobrevivi! Ok, não foi sempre fácil, mas deu tudo certo.
Cheguei a achar que Deus estava me “obrigando” a encarar de frente algo que eu vivia evitando. É como se Ele estivesse falando: “Meu filho, se você quer seguir essa carreira, é melhor ir se acostumando agora, senão você vai viver fugindo para sempre”. E confesso que, de certa forma, funcionou. Hoje, eu não reclamei tanto. Não vou dizer que amo entrar em cirurgia, mas estou mais sereno.
Antes de sair de casa hoje, eu nem mencionei uma palavra sobre cirurgias nas minhas orações. Juro que nem passou pela minha cabeça pedir a Deus para me livrar de alguma cesárea. Falei apenas: “Senhor, cuida de mim no plantão, vamos comigo, me ajuda a atender bem quem aparecer e me dá sabedoria para agir da melhor forma possível”. E fui. Quase esqueci que cirurgias podiam acontecer.
Um Só Parto Já Estava de Bom Tamanho

Claro que, no fundo, ainda havia aquela pontinha de esperança de não ficar 10 horas em pé, segurando afastador e suando sob os refletores na sala de cirurgia. Então, antes de sair, eu disse bem baixinho para Deus: “Se puder, Pai… uma só cirurgia já está de bom tamanho, hein? Pelo amor do Senhor, me dá essa força?”. É aquele pedido do tipo “não custa tentar”, sabe? Mas a gente nunca sabe o que Ele vai aprontar. Às vezes, Deus olha para a gente e fala: “Eu sei do que você realmente precisa, mesmo que você não concorde muito agora”. E lá ia eu, encarando mais um Dia de Plantão..
A Brutalidade da Cesárea… ou Não?
O ponto crucial do meu Dia de Plantão, que eu já havia notado antes, foi a brutalidade das cirurgias cesarianas. Não me entendam mal: eu sei que a cesárea salva vidas e muitas vezes é fundamental para trazer um bebê ao mundo em segurança. Mas, vamos combinar, para quem assiste tudo de camarote, é um procedimento invasivo bem assustador. A coisa é extremamente tensa.
Eu cheguei a pensar: “Se eu fosse mulher, jamais pediria cesárea eletiva. Olha que loucura abrir o corpo assim”. Falo isso com todo respeito, claro, pois cada pessoa tem seus motivos e existe toda uma equipe médica para avaliar a necessidade real. Mas, no meu ponto de vista, totalmente leigo em obstetrícia, acompanhar uma cesárea não é exatamente um mar de flores.
O Parto Normal é Melhor? Bem…
Eis que, em meio a esses pensamentos que não são de hoje que passam pela minha cabeça, me deparei com uma situação que me fez repensar. Não fui eu quem entrou para acompanhar o procedimento, mas eu OUVI o parto normal acontecendo no outro lado do corredor. De longe, fiquei tentando focar nos estudos – afinal, é um Dia de Plantão comum, mas sempre dá para dar uma lidinha numa apostila ou revisar uns temas. Só que os gritos da gestante eram tão intensos que meu cérebro entrou num “modo horror” automático. Eu pensava: “Senhor, se eu fosse mulher, será que aguentaria? Misericórdia!”.
A cada grito, eu sentia um arrepio. E era aquele grito de dor, de alma, de sofrimento mesmo. Eu sempre ouvi dizer que o parto normal é mais “natural” e muitas vezes recomendado, mas, olha, não é fácil testemunhar, ainda que a distância, uma mulher trazer uma criança ao mundo daquele jeito. Me fez rever toda aquela ideia de “nunca faria cesárea”. Porque, convenhamos, a dor do parto normal também pode ser gigantesca, ainda mais se não rolar analgesia ou se houver complicações. O Dia de Plantão de hoje me abriu os olhos para as nuances de cada procedimento.
Entre a Cruz e a Espada (Ou Entre a Tesoura e o Força, Força!)

Fiquei me perguntando: “Afinal, o que é pior? O parto normal ou a cesárea?” Sinceramente, eu cheguei à conclusão de que cada caso é um caso e não existe esse papo de “parto ideal” para todo mundo. Tem gestante que lida super bem com a dor do parto normal, segue um pré-natal bem estruturado, recebe suporte, às vezes até analgesia e fica tudo lindo. Outras já têm pavor só de pensar em sentir dor ou têm indicações médicas específicas que tornam a cesárea a opção mais segura.
A questão não é ser a favor ou contra esse ou aquele tipo de parto. A questão é: cada mulher merece ter a orientação correta, a liberdade de escolha e o melhor suporte possível. E, claro, orações não fazem mal a ninguém! Aliás, como falei, o recado de hoje é: orem pelas Grávidas como se estivessem orando pela sua própria vida. O bicho pega em ambas as situações, e elas merecem todo nosso respeito e apoio.
Tentando Estudar Enquanto a Vida Acontece

Enquanto aquela parturiente gritava (e ela gritava MUITO!), eu estava tentando decifrar uns temas de obstetrícia. É difícil se concentrar quando você escuta o eco de “Ai, meu Deus!” vindo pelo corredor. A gente começa a pensar em tanta coisa: “Será que ela vai ter laceração? Será que o bebê já está coroando? Será que vai ser preciso uma episiorrafia?”. Se você não é da área da saúde, talvez não faça ideia do que são essas palavras, mas confia em mim: é tudo tão intenso quanto parece.
Em um minuto, eu deslizava o dedo no “livro” digital do ipad para ler sobre “Eclampsia”, e no outro, estava pensando na dor daquela mulher. Uma montanha-russa de sensações! A mente de um estudante de medicina/estagiário em obstetrícia em pleno Dia de Plantão é um grande mix de curiosidade, nervosismo e empatia. A gente quer aprender, mas ao mesmo tempo quer cuidar, ajudar, orar e, se possível, correr para bem longe quando a coisa aperta demais (brincadeira… ou não).
E no Fim do Dia de Plantão…
Consegui sobreviver a mais esse Dia de Plantão. Aprendi algumas coisas novas, principalmente sobre mim mesmo. Percebi que não encarei as cirurgias como um monstro de sete cabeças, ainda que eu continue sem gostar muito da ideia de ficar horas em pé. Mas, se for preciso, vamos lá, encaro! E quanto ao parto normal, também não vou dizer que agora sou o defensor número 1 de “todo mundo tem que ter parto normal”. Isso não existe. Cada mulher vai ter uma experiência diferente, cada corpo reage de uma forma e, no fim, o importante é o que é melhor para mãe e bebê.
A maior lição? Eu diria que é ter humildade para aceitar quando Deus te coloca em situações que você não queria (como me obrigar a entrar em várias cirurgias nesses dias que passaram). Às vezes, Ele está te preparando para algo maior ou apenas querendo que você entenda: “Meu filho, relaxa, você consegue. Não é esse bicho de sete cabeças que você imagina”.
Também aprendi que, quando as orações deixam de ser sobre “me livra disso” e passam a ser sobre “me ajuda a lidar com isso”, a gente cresce. E olha que crescimento dói, mas é necessário. Então, se você está lendo este artigo e tem lá suas inseguranças, esteja na área médica ou não, lembre-se: tudo na vida é processo, é aprendizado. Hoje, você pode morrer de medo de alguma coisa, mas, daqui a algum tempo, essa situação se tornará rotineira, talvez até engraçada quando você olhar para trás.
Um Dia de Plantão que Transformou Minhas Perspectivas

Por fim, quero deixar meu agradecimento especial às mulheres que enfrentam partos – sejam eles normais ou cesáreas. Vocês são guerreiras, de verdade. Acreditem: eu fico de queixo caído com a força de vocês, e olhem que só estou do lado de fora, observando e, às vezes, ajudando. Vocês merecem todo respeito, cuidado e, claro, orações, pois colocar um serzinho no mundo não é tarefa fácil.Em cada Dia de Plantão, meu respeito só aumenta.
E se você, que me lê agora, também está em um estágio ou plantão, ou simplesmente enfrenta algum desafio, lembre-se do meu relato. Dá para encarar os medos com bom humor, um pouco de oração e muita confiança. A gente não sai ileso, mas sai mais forte. E, no final do dia, ver um bebê saudável nos braços da mãe faz tudo valer a pena.
Ah, e como não poderia faltar, deixo meu recado: orem pelas grávidas. Pode parecer repetitivo, mas não consigo enfatizar o suficiente. Depois de ouvir aqueles gritos hoje no meu Dia de Plantão, fiquei horrorizado. E se você é mulher e já passou por isso, sinta-se abraçada. Se está para passar, calma que vai dar tudo certo. E se você é homem, jogue a timidez de lado e ore por elas também.
Assim encerro meu relato do meu Dia de Plantão. Amanhã tem mais? Não, amanhã esou na USF. E, com certeza, terá mais histórias para contar e mais lições de vida para aprender. Porque, no fundo, cada dia é uma aventura, e em cada aventura, Deus dá um jeitinho de me moldar um pouco mais.
Fiquem com Deus e até logo!
Gostou do post sobre meu Dia de Plantão? Quero te convidar a explorar por mais conteúdos como esse em meu Blog CG e também a conhecer meu Blog Vida com Jesus. Lá eu compartilho tudo que aprendi (e continuo aprendendo) sobre a Bíblia e a caminhada com nosso Senhor Jesus. Espero te encontrar por lá!
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